quarta-feira, maio 07, 2008

Felicidade realmente existe?


Estou ouvindo um playlist enquanto escrevo... Aqui tem músicas que me levam pra outra dimensão! Tem aquelas que falam algo de mim, outras que falam dos “outros”, que caracterizam uma etapa da minha vida. E por mais incrível que possa parecer, não tem Evanescence...
Deixando o playlist de lado, resolvi que hoje ia falar de felicidade. É, felicidade!
Se eu começar a “filosofar” demais, podem parar de ler. Mas se for analisar de verdade, não tem como falar de felicidade ou qualquer outro sentimento sem usar clichês e frases prontas, pois é a mais pura verdade e não o texto pronto.
Estava lendo as primeiras páginas dum livro de Paulo Coelho, Na margem do rio Piedra eu sentei e chorei, e conta a história de um Padre que encontra três missionários e os “ensina a rezar”. Mas passado os anos, o Padre está num navio e os vê no porto, e acena pra eles. Um deles vem caminhando sobre as águas até o navio e diz para o Padre “ensinar” novamente a reza. Mas o milagre já tinha acontecido!
Quando terminei de ler, comecei a pensar como se essa fé fosse a felicidade. E descobri que cada um tem a sua própria maneira de expressar o que quer, o que gosta ou sente. E a felicidade pode ser representada de qualquer forma, não importa como seja. Mesmo eu, descrente de certas coisas, acredito que a felicidade possa existir. Na verdade, não essa felicidade plena, consistente, mas acredito que exista momentos únicos de felicidade, aqueles que te faz pensar, voltar no tempo, se sentir nostálgico. Isso é um sentimento único, e cada um vive a sua maneira. Felicidade tem várias faces e versões. Uma vez me disseram que para ser feliz é necessário que acreditemos em nós mesmos e que demos valor no que somos. E eu, inutilmente, já cheguei a acreditar que só poderia ser “feliz” se tivesse alguém ao meu lado... doce engano.
Na verdade, o medo da solidão e incompreensão é tão grande que penso estar só a todo momento e começo a acreditar que estou infeliz. É claro que quando você está com as pessoas que você ama, tudo fica mais azul, mais bonito. É o seu momento de felicidade que se manifesta. Mas quando se acaba, você volta a estaca zero e tudo se torna mais frio. Não que todas as pessoas se sintam assim, eu, passional que sou, sinto isso sempre!
Em todos esses anos que vivi – e não são muitos, diga-se de passagem – tive momentos que ficarão pra sempre na minha mente. Momentos com pessoas que amei, com amigos que se foram, de lugares que visitei ou de coisas que foram ditas ou não. E tudo isso, tudo ficará pra sempre. Todos esses momentos felizes que tive. Mas mesmo assim, ainda me sinto infeliz. Me sinto como que se nada tivesse razão pra estar ali.
Então, se existe felicidade, onde está ela? Mais uma vez, a pergunta ecoa na minha cabeça, sem resposta. E volto a dizer, acredito que momentos felizes existam, felicidade não! Afinal, se existisse, estaríamos felizes a todo momento, não é mesmo? E tem aqueles que dirão “felicidade existe, é que a tristeza invade em alguns momentos”. Não sei onde vou chegar com todo esse espírito passional que tenho, mas se é só quando a tristeza “invade” que deixamos de ser “felizes”, devo ter invertido tudo e deixado a felicidade invadir na minha constante tristeza. Uma pessoa que admiro muito disse uma vez que já não existe sonho, é só escuridão. Se tratarmos um paralelo entre sonho/felicidade e escuridão/tristeza, posso afirmar que acabou de verdade! Afinal, a cada dia os nossos sonhos morrem mesmo antes de crescerem e, em muitas vezes, são arrancados da gente sem que mesmo possamos nos dar conta.
Nem todos pensam como eu, claro – cada cabeça uma sentença- mas esse meu lado “emo” bate sempre que me sinto só e infeliz. Por isso falei da felicidade e das coisas que deixei de fazer por acreditar que ela e somente ela me faria “feliz”. Deixei até mesmo de pensar mais em mim por acreditar que seria feliz para todo o sempre. Agora eu sei que não existe, que são apenas alguns momentos. E se for pra sermos felizes pela eternidade, seremos no dia em que tudo isso acabar e já não exista escuridão capaz de invadir o brilho da “eterna luz”.

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